Alguma coisa
mudou. Houve um tempo em que eu gostava de poetizar. É bem verdade que nunca
gostei dos meus poemas, e hoje, quando tive a oportunidade de reler alguns dos
meus devaneios colocados no papel, gostei menos ainda. Muito drama. E percebo
que dramática ainda sou, talvez até um pouco mais que antes. Mas, resolvi ser diferente.
Desejei sob o sol de domingo ser menos explosiva, menos impulsiva, menos
egoísta, mais centrada e ao mesmo tempo menos apegada. Desejei respeitar mais
as pessoas, e buscar caminhos que me fizessem me sentir em paz, mesmo que esta
paz seja inquietante. Desejei admirar o vento, o mesmo vento que uma menina feinha,
triste e cega denominou como indócil, em um poema que não gostei.
Indócil
Vem, vento, vagando veemente,
Vasculhando valas,
Vedando o vazio da vida.
Vem, velando o que é vago,
O que é vadio.
Vem, em forma de vaga-lume,
Com vasto brilho,
Vencendo a escuridão do olhar.
Vem, em forma de vapor,
Varrendo toda viscosidade
Que impede a vista de ver.
Vai agora, vento,
Vagarosamente,
Velho,
Veludoso,
Vai-vem com vontade,
Dando verdade à minha incitação.
Gostei do poema. Parabéns. Acho que é normal alguns poetas não gostarem dos próprios poemas, principalmente quando releem os antigos.
ResponderExcluirBom domingo.
Grande abraço.