BOLINHO DE
CHUVA
Ingredientes:
2 ovos
2 colheres de açúcar
1 xícara de chá de leite
Trigo para dar ponto
2 ovos
2 colheres de açúcar
1 xícara de chá de leite
Trigo para dar ponto
1 colher de
sopa de fermento
Açúcar e canela
Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes até ficar uma massa não muito mole, nem tão dura. Deixe aquecer uma panela com bastante óleo para que os bolinhos possam boiar. Quando estiver bem quente comece a colocar colheradas da massa e abaixe o fogo para que o bolinho não fique cru por dentro. Coloque os bolinhos sobre papel absorvente e depois passe-os no açúcar com canela.
Açúcar e canela
Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes até ficar uma massa não muito mole, nem tão dura. Deixe aquecer uma panela com bastante óleo para que os bolinhos possam boiar. Quando estiver bem quente comece a colocar colheradas da massa e abaixe o fogo para que o bolinho não fique cru por dentro. Coloque os bolinhos sobre papel absorvente e depois passe-os no açúcar com canela.
Se seguir
a receita é bem capaz de saborear bolinhos de chuva deliciosos. Mas pode sentir
a tentação de mudar este ou aquele ingrediente, acrescentar raspas de casca de
limão, rechear com doce de leite ou brigadeiro, e o resultado: imprevisível. Quando
modifica-se algum ingrediente, ou quando muda-se alguma etapa do processo de
preparo, o resultado é sempre uma surpresa. Pode virar uma receita digna do
paladar dos deuses, ou simplesmente pode ser jogada na lata do lixo, mas com a
certeza de que isso renderá boas histórias nas rodas de amigos.
Tem gente
que faz da vida uma receita de bolinhos de chuva. Gosta de fazer tudo certinho,
de acordo com as medidas, detalhadamente programado, e deixa de inovar, deixa
de surpreender-se, por medo de errar. Pessoas assim acordam sempre no mesmo
horário, seguem suas agendas rigorosamente, almoçam sempre nos mesmos
restaurantes, comem sempre a mesma comida, escutam sempre as mesmas músicas,
viajam sempre para os mesmos lugares. Sempre, sempre, sempre. É tudo rotina. E
assim não há espaço para a falha. Para eles, os metódicos, é muito difícil
falhar. É como se permitir receber uma ferida narcísica, uma ferida no próprio “eu”. Estão sempre apontando o indicador para si.
Enchem suas vidas de regras e dessa forma adiantam-se a fazer o caminho pelo
qual devem seguir.
Ora, já
ouvi dizer que “o caminho se faz com o caminhar”, então, caminhante, não existe
caminho! E é nisto que reside a beleza da falha. Se o caminho se faz com nossos
passos, o erro, a falha, nos dá oportunidade de voltarmos atrás, ou criarmos
novos caminhos, às vezes até mesmo atalhos. Assim, pode-se conhecer mais
paisagens, deparar-se com o inesperado, vislumbrar o novo, construir
experiências!
O próprio
fracasso em si carrega uma beleza sem igual. Deixar-se viver a experiência do
fracasso, é reconhecer a pequenez da existência humana, afinal todo ser humano é
suscetível a erros. Mas também, quando se faz o movimento de superação, e com
determinação, mesmo com toda dificuldade, incentivado por suor e sangue,
consegue-se erguer e prosseguir, é possível reconhecer também a grande força
que mora dentro de uma casca tão frágil: o nosso corpo.
Mudar a
receita é a possibilidade de tentar, pelo menos tentar, fazer da vida um pouco
mais doce, ou um pouco mais consistente, conforme o gosto do freguês.
Fica,
então, o convite: vamos colocar mais açúcar na receita de hoje? Que tal?
Que coisa! Vou te dar o Nobel, Fabiana.
ResponderExcluirCoisa tão bem escrita... estilo intelectual.
O meu blog é tão estilo "o que vai dando na cabeça, sem correções" que tô até ficando envergonhado.
A casca de nós...
Escuta isso, da Mafalda Veiga, qualquer dia.
Chama "Outra Margem de Mim".
A casca dos bolinhos me fez lembrar disso.
Afinal, somos uma densa poesia revestida por uma fina camada de carne!
Primeiramente, afirmo que o fato de você estar inserindo imagens (belíssimas, por sinal) deixou "Palavras da Janela" mais atraente. Ao ler esta produção, lembrei-me de um cara, Samuel Beckett: “Tenta outra vez. Falha outra vez. Falha melhor”. Eu prefiro acreditar que, conforme os hinduístas costumam dizer, tudo são "mayas", ilusões. Se assim for, por que deveríamos ter medo de errar? Ou como Popper disse, basicamente, em "Conjecturas e Refutações" que a única diferença entre Einstein e uma ameba é que esta não tem condições de refletir criticamente sobre seus erros e, assim, proceder para que as coisas sejam diferentes da próxima vez; enquanto que aquele possui amparo em sua estrutura humana para agir de modo a obter melhores resultados. Novamente, felicitações pelo Blog!
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